Podemos até não ter carnaval, mas sempre teremos SAMBA!

Que o samba é uma paixão (especialmente no Rio) todos nós sabemos, mas nem sempre foi assim. Afinal de contas foi um ritmo criado por negros e pessoas de classe social mais baixa. Então, imagine só, ser visto cantando, dançando ou tocando samba era caso de polícia e podia dar cadeia! 

O samba não era explicitamente proibido, mas a vadiagem sim. E era a polícia que decidia quem ou o que se “enquadrava” nesta situação. Então não foi difícil associar a malandragem dos sambistas com vadiagem. 

Por conta disso, as pessoas disfarçavam, camuflavam instrumentos durante seu transporte, ou diziam que aquela reunião não tinha nenhuma relação com samba. Puramente para se proteger do preconceito pelo novo ritmo que surgia. 

A composição do primeiro samba gravado em 1916 (Pelo Telefone) aconteceu na casa da tia Ciata , importante figura que abrigava esse movimento – e para quem não sabe existe uma escola municipal na Praça Onze  com o nome dela -. 

Grafite Tia Ciata Pedra do Sal
Grafite Tia Ciata Pedra do Sal

O samba foi migrando para os morros cariocas à medida que aconteciam as “reformas” urbanas, em que a população pobre era expulsa da parte central da cidade. 

O ritmo também passava por transformações, com mudanças nas melodias, introdução de novos instrumentos e o surgimento dos sambas de enredo, este trazendo uma linguagem mais ágil na cadência dos blocos que começavam a surgir. 

Foi somente na década de 40 durante o governo de Getúlio Vargas, que o samba foi sendo divulgado como forma de manifestação popular. 

Os batuques que antes se abafavam dentro pequenos espaços, passou a tomar as ruas com blocos criados nos morros, e muitos destes posteriormente tornaram-se escolas de samba. 

Ao longo dos anos o samba sofreu outras mudanças a partir do momento que a classe média entrou nesse universo, já na década de 60. As letras das músicas que antes expressavam as dificuldades daquela classe foram substituídas por letras mais compatíveis com a realidade deste novo público. 

Ainda que o samba tenha perdido parte da sua essência, ainda é um ritmo envolvente que une todas as camadas sociais. O nosso carnaval é considerado um dos maiores espetáculos do mundo. 

Na última década, ganhou novamente força os blocos de rua, com algumas alterações de ritmo mas que carrega consigo o principal motivo que nos leva a gostar desta festa que começou escondida a um pouco mais de 100 anos e hoje domina todos os cantos da cidade: a alegria do nosso povo

Fica esperto, aqui com a Sou+Carioca você pode fazer vários passeios que tem relação direta ou indireta com o nosso bom e velho samba. Isso se chama Afro Turismo. bora conhecer?

Tour Estácio da Sou+Carioca

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Este texto foi escrito pela nossa estagiária Bruna da Rocha Alexandre. Conheça mais sobre a Bruna clicando aqui.