Como foi participar do Tour Mulheres da História?
Recentemente, eu Bruna, estagiária de conteúdo da Sou +Carioca, participei do passeio Mulheres da História, em uma manhã de muito sol no Rio de Janeiro. O ponto de encontro foi na Praça XV e enquanto esperava pela guia Adriana observava a multidão (a maioria de mulheres), passando de um lado para o outro esperando pelo momento de pegar a barca para Niterói e Paquetá.
Quando a guia chegou, começamos a conversar. Ela quis saber um pouco sobre mim, e contou um pouco sobre a trajetória profissional dela. Em poucos minutos foi suficiente para perceber que aquela mulher tinha uma bagagem que iria além do tour que iria nos levar.
O tour começou, mas antes uma pergunta para refletir: Você como mulher, já teve alguma dificuldade no mercado de trabalho?
Cada uma de nós teve a sua observação, e mesmo quem nunca tinha parado para pensar ou não soube responder prontamente a pergunta, percebeu a importância daquele questionamento.
A partir daquele ponto, ainda na Praça XV, um panorama sobre mulheres oprimidas (marcado pelas indígenas e negras) e as opressoras (marcado pelas nossas mulheres do poder do passado). Entenda que falar de Dona Maria, Carlota Joaquina e Princesa Isabel (e eu teria colocado Dona Leopoldina neste pacote) como opressoras, não significa dizer que elas eram pessoas ruins, e sim as colocando como criaturas que estavam em posição de privilegiadas comparando com as oprimidas. Porém, é importante dizer que essas mulheres também sofreram a sua maneira, as suas competências foram apagadas pela história e foram mantidas apenas a imagem de mulheres loucas, frívolas ou incapazes.
Seguimos caminhando, e pelo percurso, além de ouvir o outro lado da história de Bárbara dos Prazeres, também fizemos um panorama com mulheres dos tempos atuais, que ainda sofrem com as injúrias que antes ficava apenas de boca em boca e hoje viaja nas redes sociais.
Ouvimos histórias de mulheres que até então eu nunca tinha escutado a respeito, como Júlia Lopes de Almeida, Eufrásia Teixeira Leite e Leolinda Daltro. Cada uma destas tiveram a sua importância, de maneiras diferentes e quase não são referenciadas.
Ir a esse tour não é uma questão de ser ou não feminista, trata-se de ser mulher e querer conhecer a história, a vida e o movimento que várias figuras femininas que fizeram pela nossa sociedade. E enxergar que a minha atitude como pessoa ainda que naquele momento seja por instinto para minha sobrevivência, pode gerar reflexões e para alguns ser enxergado como o de uma “mulher à frente do meu tempo”.
Aqui na Sou + Carioca temos este e outros passeios que além de entreter gera conexões e reflexões sobre o universo feminino. Clica aqui e confira nossa agenda.
Este texto foi escrito pela nossa estagiária Bruna da Rocha Alexandre. Conheça mais sobre a Bruna clicando aqui.